O Efeito Netflix: Como um Fracasso de Bilheteria Ganha uma Nova Vida
No imprevisível universo do streaming, filmes que foram considerados grandes fiascos podem ressurgir das cinzas e conquistar o público anos depois. O caso mais recente desse fenômeno é Deuses do Egito, o épico de fantasia de 2016 estrelado por Gerard Butler, que, após uma recepção desastrosa, encontrou um lugar de destaque no catálogo da Netflix.
Gerard Butler, o ator escocês eternizado como o Rei Leônidas em 300, tem uma carreira recheada de filmes de ação, como a franquia Invasão à Casa Branca, e até mesmo comédias românticas. No entanto, foi com Deuses do Egito que ele estrelou um de seus maiores fracassos comerciais e de crítica.
Lançado em 2016, o filme dirigido por Alex Proyas (O Corvo) mergulha na mitologia egípcia, colocando o mortal Bek (Brenton Thwaites) no meio de uma guerra divina entre Hórus (Nikolaj Coster-Waldau) e o impiedoso deus Set, interpretado por Butler. O elenco ainda contava com nomes de peso como o saudoso Chadwick Boseman no papel de Thoth.
Antes mesmo de sua estreia, Deuses do Egito já enfrentava uma onda de críticas pesadas devido à polêmica de “whitewashing”, ou seja, a escalação de atores majoritariamente brancos para interpretar personagens egípcios. A controvérsia manchou a imagem do filme e foi apenas o começo dos problemas.
Após o lançamento, a crítica especializada demoliu a produção, que amarga uma aprovação de apenas 15% no Rotten Tomatoes. O público também não abraçou o filme na época, resultando em um fracasso de bilheteria: arrecadou apenas US$ 150 milhões mundialmente, um valor que mal cobriu seu gigantesco orçamento de US$ 140 milhões.
Anos depois, o cenário mudou completamente. Deuses do Egito aterrissou na Netflix e rapidamente escalou o ranking, figurando no Top 10 dos filmes mais assistidos da plataforma no Brasil. Mas o que explica esse interesse repentino por um filme tão criticado?
A popularidade contínua de Gerard Butler em filmes de ação recentes, como Agente das Sombras e Alerta Máximo, certamente ajuda a manter o ator em evidência. É provável que os espectadores, ao terminarem um lançamento do astro, recebam Deuses do Egito como sugestão do algoritmo e decidam dar uma chance ao épico de fantasia.
Além disso, não se pode descartar o apelo de uma superprodução cheia de efeitos visuais e batalhas grandiosas, perfeita para uma sessão de cinema em casa descompromissada. Para muitos, a curiosidade de entender por que o filme foi tão mal recebido pode ser o gatilho para o play.
Seja qual for o motivo, a verdade é que Deuses do Egito prova que, na era do streaming, nenhum fracasso é definitivo. E você, vai se juntar aos novos fãs ou vai passar longe dessa aventura mitológica?