Um ex-astro de Superman está manifestando sua insatisfação com a direção criativa do novo capítulo cinematográfico do Universo DC. Em uma entrevista ao TMZ, Dean Cain, que interpretou o icônico Clark Kent na série de televisão dos anos 90 “Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman”, expressou publicamente suas críticas aos comentários recentes do diretor James Gunn sobre o próximo filme, “Superman”. A controvérsia surge da descrição de Gunn de seu filme como sendo fundamentalmente sobre o status de imigrante do Superman, um aspecto central de sua história de origem de quase um século.
Cain, que também reclamou do filme “O Homem de Aço” de Zack Snyder em seu lançamento, respondeu a essa abordagem, sugerindo que essa ênfase é um exemplo de Hollywood promovendo uma agenda “woke” em personagens estabelecidos. Cain argumentou que, embora o “modo americano” seja “tremendamente amigável para imigrantes”, existem regras claras. “Você não pode chegar dizendo: ‘Eu quero me livrar de todas as regras na América, porque quero que seja mais como a Somália’.
Bem, isso não funciona, porque você teve que deixar a Somália para vir para cá… É preciso haver limites, porque não podemos ter todo mundo nos Estados Unidos. Não podemos ter todo mundo, a sociedade vai falhar. Então, é preciso haver limites”, declarou. 
Para Cain, as declarações de Gunn fazem parte de um problema maior em Hollywood, que se estende a outras produções de grande sucesso. Ele questionou: “Quão ‘woke’ Hollywood vai tornar esse personagem. Quanto a Disney vai mudar sua Branca de Neve.
Por que eles vão mudar esses personagens para existirem nos tempos atuais. ”
Enquanto Cain reconheceu as origens alienígenas do personagem, ele se opôs à conexão do Superman com o discurso político atual sobre imigração. Durante a entrevista, Cain classificou os comentários como um “erro” e previu que poderiam “prejudicar os números do filme”.
Essa reação de Cain o coloca em desacordo com a equipe criativa do filme, incluindo o irmão de James Gunn, Sean Gunn, que defendeu o foco na imigração, afirmando: “Nós amamos nossos imigrantes. Sim, Superman é um imigrante, e sim, as pessoas que apoiamos neste país são imigrantes, e se você não gosta disso, você não é americano. ”
A insistência de Cain no “Modo Americano” remete a um dos aspectos mais duradouros da mitologia do Superman: o lema “Verdade, Justiça e o Modo Americano”.
A frase em si não veio dos quadrinhos originais, sendo popularizada pela famosa série de rádio “As Aventuras do Superman” no início dos anos 1940 como um slogan patriótico para reunir apoio durante a Segunda Guerra Mundial. Sua associação com o herói foi ainda mais solidificada durante a era da Guerra Fria nos anos 1950, com a série de televisão “As Aventuras do Superman”. Em ambos os casos, o lema foi projetado para posicionar o herói ficcional mais poderoso da nação como um símbolo definitivo da ideologia americana em períodos de intenso conflito internacional.
Como resultado, tornou-se inextricavelmente ligado ao personagem na consciência pública, mesmo que representasse uma interpretação nacionalista específica de seu propósito. No entanto, essa abordagem patriótica muitas vezes ofusca a história mais pessoal no coração do personagem. Os criadores do Superman, Jerry Siegel e Joe Shuster, eram filhos de imigrantes judeus que escreveram a origem do Homem de Aço como uma alegoria imigratória profundamente pessoal.
A história de Kal-El, uma criança enviada de um mundo moribundo por seus pais para encontrar segurança e um novo lar, sempre foi a de um refugiado que deve se assimilar a uma nova cultura, mantendo sua herança única. Ele é o forasteiro supremo que, apesar de sua alteridade, escolhe usar seu imenso poder para proteger o mundo que o adotou. Nos últimos anos, a DC Comics tem feito um esforço consciente para mover o personagem além de um papel puramente nacionalista.
O próprio lema foi oficialmente atualizado nos quadrinhos para “Verdade, Justiça e um Amanhã Melhor”, uma mudança destinada a dar ao herói um apelo mais global e menos politicamente confinado. Portanto, a decisão de Gunn de se apoiar no aspecto imigrante não é uma reinvenção do personagem, mas um retorno a um de seus temas mais fundamentais, escolhendo destacar a bondade humana de um forasteiro como um valor central do herói. A jornada cinematográfica do Universo DC começa oficialmente quando “Superman” voar para os cinemas em 11 de julho.
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