Os anos 90 foram um período intrigante para os filmes do Batman. Após o sucesso de Tim Burton, Joel Schumacher assumiu a direção de Batman Eternamente e Batman & Robin, filmes que foram alvo de intensas críticas. Com uma abordagem mais caricata e colorida, esses longas se distanciavam da atmosfera sombria estabelecida anteriormente, resultando em recepções negativas por parte do público e da crítica especializada.






A Reavaliação do Tom Caricato de Schumacher
A recepção inicial de Batman Eternamente foi marcada por acusações de ser excessivamente caricato e infantil. Em contraste com a escuridão dos filmes de Burton, a obra de Schumacher foi criticada por seu tom mais leve e vibrante. Essa visão predominante sugeria que o Batman só poderia ser retratado de forma séria, um conceito que perdurou por algum tempo nas adaptações live-action.
No entanto, com o passar dos anos, uma nova perspectiva sobre Batman Eternamente e Batman & Robin emergiu. Ao revisitar esses filmes, muitos espectadores reconhecem as influências diretas dos quadrinhos clássicos do Batman, como a era de Dick Sprang e a série de TV dos anos 60. Essa conexão com as raízes cômicas da personagem adiciona uma camada de apreciação, vista agora como um resgate nostálgico.
Val Kilmer: Um Batman Subestimado?
A tarefa de substituir Michael Keaton como Batman foi desafiadora para Val Kilmer. Por muito tempo, sua performance em Batman Eternamente foi considerada esquecível ou inferior, contribuindo para a percepção geral de que o filme era apenas caricato. Contudo, o tempo tem reavaliado a interpretação de Kilmer.
Atualmente, muitos defendem que Val Kilmer entregou uma das versões mais complexas e sutis do Cavaleiro das Trevas no cinema. Apesar do tom cômico do filme, a atuação de Kilmer explora com profundidade o dilema de Bruce Wayne entre a vida pessoal e a responsabilidade como Batman, humanizando o personagem de uma forma marcante e, para muitos, ainda inigualável.
Joel Schumacher e o Entendimento do Personagem
A crítica de que Schumacher não compreendia o Batman se manifestou através de pontos como a abundância de vilões exagerados e o excesso de gadgets e trajes chamativos. Esses elementos, na época, foram interpretados como meras estratégias de marketing para venda de brinquedos, indicando uma suposta falta de sintonia do diretor com o universo do herói.
Contudo, uma análise mais aprofundada revela que essas escolhas de Schumacher eram, na verdade, um reflexo de um conhecimento profundo dos quadrinhos. Ao se inspirar na Era de Ouro do Batman, com suas peculiaridades, vilões vibrantes como o Charada e redesigns icônicos do Batmóvel, Schumacher demonstrou uma clara apreciação pela rica história do personagem. Sua visão, que contrasta com a abordagem sombria, contribui para uma compreensão mais completa do Batman e de seu mundo, algo raramente visto em adaptações recentes.
Fonte: ComicBook.com