A série Death by Lightning, disponível na Netflix, explora o caso de Charles Guiteau, o homem que assassinou o Presidente James A. Garfield. Embora a produção dramatize os eventos, ela omite detalhes cruciais do julgamento e da sentença de Guiteau, que ocorreram há mais de 140 anos. As informações a seguir compilam os principais acontecimentos desse período histórico.


Julgamento de Charles Guiteau Começa em 14 de Novembro de 1881
Charles Guiteau atirou no Presidente James A. Garfield em 2 de julho de 1881. Ele foi preso na estação de trem e permaneceu detido enquanto o presidente lutava pela vida. Após a morte de Garfield em 19 de setembro de 1881, Chester Arthur assumiu a presidência. Guiteau foi indiciado por assassinato e declarou-se inocente por motivo de insanidade em 14 de outubro de 1881. Ele também alegou que os médicos do presidente o mataram e que o tribunal de D.C. não tinha jurisdição, mas essas alegações foram posteriormente descartadas.
O julgamento começou em 14 de novembro de 1881, com George Corkhill atuando como promotor. Guiteau tentou demitir seus advogados, alegando que eles não eram competentes para defendê-lo e que ele sabia mais sobre o caso. Apesar de suas objeções, o juiz manteve os advogados, mas tolerou as interrupções de Guiteau para evitar um julgamento anulado.
Comportamento Errático de Guiteau Tornou o Julgamento um Espetáculo
Charles Guiteau tratou o julgamento como uma performance, chamando seus advogados de “blunderbuss” e interrompendo o processo com frequência. Ele decidiu testemunhar em sua própria defesa, detalhando a preparação do crime e a escolha da arma, o que minou a defesa de insanidade. Guiteau afirmou que só estava insano no momento do disparo, mas não durante o julgamento.
Ele também cantou e se comparou a George Washington, o que levou muitos a acreditar que seu comportamento era uma encenação para sustentar a defesa de insanidade. No final do julgamento, em 25 de janeiro de 1882, o júri o considerou culpado em apenas 65 minutos.
Especialistas Médicos Divididos Sobre a Sanidade de Guiteau
O caso de Charles Guiteau foi um dos primeiros a utilizar a defesa de insanidade nos Estados Unidos, baseada na regra M’Naghten. A regra determina que um réu é considerado são até prova em contrário, exigindo que se prove um defeito mental que o impeça de saber o que está fazendo ou que o que faz é errado.
As partes apresentaram 36 médicos como testemunhas, mas seus depoimentos eram contraditórios. Alguns usaram a forma da cabeça e a fala de Guiteau para argumentar insanidade, enquanto outros apontaram a falta de lesões cerebrais. A divergência de opiniões impediu um consenso sobre a sanidade legal do assassino.
Sentença de Morte e Apelo Recusado
Em 4 de fevereiro de 1882, Charles Guiteau foi sentenciado à morte por enforcamento. Ele apelou para a Suprema Corte, mas o pedido foi recusado. Sua irmã tentou intervir junto a Lucretia Garfield, viúva do presidente, mas foi rejeitada. O Presidente Chester Arthur também se recusou a conceder o perdão, apesar das expectativas de Guiteau.
Charles Guiteau foi executado em 30 de junho de 1882. A série omite o fato de que cerca de 20.000 pessoas se inscreveram em uma loteria para assistir à execução, com 250 ganhadores. Apesar das omissões, a representação da execução na série é considerada precisa, com Guiteau recitando um poema antes de ser enforcado.
Fonte: ScreenRant



