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Avengers: Doomsday: O Chamado por Mortes Reais e o Futuro do MCU

Avengers: Doomsday: O Chamado por Mortes Reais e o Futuro do MCU

O Marvel Cinematic Universe (MCU) cresceu a um ponto insustentável. O conceito de multiverso, inicialmente empolgante, transformou-se em um fardo, tornando canônico praticamente todo personagem da Marvel já visto nas telas. Embora isso tenha permitido reviver favoritos em filmes como *Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa* e *Deadpool & Wolverine*, também esvaziou o significado da morte no MCU.

Vimos uma versão de Reed Richards perecer em *Doutor Estranho no Multiverso da Loucura*, apenas para um Reed de dimensão alternativa aparecer em *O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos*, diminuindo qualquer impacto dramático. *Deadpool & Wolverine* levou essa ideia ao extremo, com uma infinidade de variantes de Logan e Wade Wilson, predominantemente para efeito cômico, mas ainda assim tecnicamente canônicas. Se o MCU deseja ter algum risco dramático daqui para frente, o próximo grande crossover, Avengers: Doomsday, precisa enterrar alguns heróis (e vilões) de forma definitiva.

Nada de reversões de estalos/sumiços, viagens no tempo com variantes ou sósias de universos alternativos. É hora de alguns Vingadores encontrarem seu fim de maneira incontestável, sem volta. Não se trata de um desejo mórbido por ver nossos heróis fictícios morrerem — muito pelo contrário.

Amamos tanto esses aventureiros que nos incomoda ver a Marvel diminuir sua dignidade em busca de aplausos fáceis. Peguemos o Wolverine como exemplo: embora *Deadpool & Wolverine* tenha sido um sucesso de bilheteria e crítica, é difícil não sentir que ele barateou o final de *Logan*. E, sim, Ryan Reynolds sabia que os fãs teriam essa sensação e construiu uma cena espetacular em torno da profanação do corpo de Wolverine pelo Deadpool.

Contudo, isso não anula o fato de que o filme tornou a performance “final” de Hugh Jackman como o canadense selvagem um pouco menos especial. Agora, Avengers: Doomsday parece pronto para desenterrar ainda mais “cadáveres cinematográficos”, como Ciclope de James Marsden e Professor X de Patrick Stewart, além de dezenas de outros personagens pré-MCU. Amamos a nostalgia tanto quanto qualquer fã, mas não tanto quanto novas interpretações que o MCU possa chamar de suas.

Tom Holland, para muitos, é o melhor Homem-Aranha live-action que já existiu; jamais teríamos descoberto isso se a Marvel tivesse mantido Andrew Garfield como seu teioso principal. Se o MCU busca encontrar o próximo Tom Holland em um novo Ciclope ou Wolverine, precisa se livrar da velha guarda permanentemente. Parafraseando outra franquia do Disney+, o MCU precisa “matar o passado” se espera ter um futuro.

E não são apenas as variantes multiversais que precisam ir. O MCU precisa cortar a gordura quando se trata de personagens esquecidos. Ao longo dos anos, o universo acumulou muitos personagens e enredos que simplesmente não foram a lugar nenhum.

Não temos notícias da America Chavez há três anos. O mesmo para Namor e Hércules. Shang-Chi está desaparecido há quatro, e Justin Hammer não aparece há 15 anos.

Esses personagens flutuam no limbo, esperando que algum executivo da Marvel se lembre deles e os enfie desajeitadamente em um novo projeto, como fizeram com grande parte do elenco de *O Incrível Hulk* em *Capitão América: Admirável Mundo Novo*. Além disso, há personagens como Thor, que aparentemente esgotaram seu ciclo. Se *Thor: Amor e Trovão* provou alguma coisa, foi que o Asgardiano já não tem mais o que é preciso para manter o interesse do público.

Para que o MCU sobreviva, precisa “cortar a gordura”, por assim dizer, tornando-se uma IP mais enxuta e coesa que valoriza a qualidade sobre a quantidade. Livrar-se de todos os personagens mencionados acima seria um passo gigante na direção certa. Se Avengers: Doomsday quer vender sequer uma fração dos ingressos de *Vingadores: Ultimato*, precisa fazer com que os fãs se importem novamente com o que acontece com os heróis do MCU.

A única maneira de conseguir isso é mostrando que, desta vez, a Marvel está jogando para valer. *Doomsday* precisa não apenas reduzir o número de personagens da Marvel, mas também fazê-lo de uma forma que não possa ser revertida. Quaisquer personagens mortos no próximo filme dos Vingadores precisam permanecer mortos.

A melhor coisa que a Marvel poderia fazer agora é destruir o multiverso no estilo “Crise nas Infinitas Terras”. Quanto mais inchado o MCU fica, mais ele se assemelha ao universo pré-Crise da DC Comics. Como a maioria dos fãs de quadrinhos sabe, em 1985, a DC se cansou de tentar rastrear qual versão do Batman vinha da Terra-2 e qual da Terra-6, e decidiu otimizar toda a sua continuidade com um reset em toda a empresa, chamado “Crise nas Infinitas Terras”.

Ao final da maxi-série de 12 edições, o universo DC consistia em um Superman, um Batman e uma Terra. O multiverso como o conhecíamos não existia mais, e isso melhorou drasticamente a continuidade da DC por décadas. Avengers: Doomsday precisa fazer o mesmo.

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