No cenário atual da mídia de quadrinhos, conquistar um papel de super-herói já é uma façanha impressionante. Estúdios como Marvel Studios e DC Studios buscam incessantemente os talentos perfeitos para dar vida aos seus personagens icônicos. É por isso que é ainda mais surpreendente quando um ator consegue a proeza de interpretar não apenas um, mas dois personagens marcantes, cruzando a linha entre o bem e o mal.
Existem exemplos menos conhecidos, como Zachary Levi, que foi Fandral no MCU e Shazam no DCEU, e outros de maior destaque, como Chris Evans, que encarnou a Tocha Humana antes de se tornar o Capitão América. No entanto, o verdadeiro teste de versatilidade e alcance de um artista se revela quando ele transcende os limites do heroísmo para abraçar o lado sombrio. O burburinho em torno de Robert Downey Jr.
supostamente retornando ao MCU como Doutor Destino, em vez do Homem de Ferro, exemplifica a fascinação por essa transformação. Mas ele estaria longe de ser o primeiro a atravessar essa fronteira. A história do cinema de quadrinhos é rica em talentos que não apenas interpretaram atores que interpretaram heróis e vilões, mas o fizeram com maestria, deixando uma marca indelével nas duas pontas do espectro moral.
Mergulhe conosco em uma lista de cinco nomes notáveis que demonstraram essa rara capacidade. Um dos exemplos mais recentes dessa transição é Nicholas Hoult. Fazendo sua estreia no DCU como Lex Luthor no aguardado *Superman*, Hoult promete uma performance que redefine a vilania.
Seu Luthor empurrará Superman ao limite, buscando arruinar sua vida de maneiras que certamente desapontariam seu outro personagem dos quadrinhos: Hank McCoy, o Fera. Nos filmes *X-Men* da Fox, Hoult interpretou o mutante mais inteligente do planeta, coberto por uma pelagem azul, um herói que se uniu a Charles Xavier em várias ocasiões. Embora tenha tido um vislumbre de seu lado sombrio em *X-Men: Fênix Negra* após a morte de Mística, sua jornada para a vilania completa com Lex Luthor é um salto notável.
Outro nome incontornável é Michael Keaton. Embora o debate sobre o melhor Batman live-action continue aceso, é difícil contestar o impacto de Keaton. Seu Cavaleiro das Trevas elevou o personagem a novos patamares, e sua performance foi tão marcante que ele foi convidado a reprisar o papel em *The Flash* (2023).
Anos após pendurar a capa, Keaton mergulhou no MCU como Adrian Toomes, o Abutre. Com uma vingança pessoal contra o Homem de Ferro, ele acabou cruzando o caminho do jovem Peter Parker. Embora o Abutre parecesse ter mudado de ideia no final de *Homem-Aranha: De Volta ao Lar*, ele reassumiu sua postura antagonista durante sua estranha aparição em *Morbius*.
Ainda na galeria de talentos versáteis, encontramos Michael B. Jordan. Os *Quarteto Fantástico* estão prestes a retornar às telonas após um hiato de uma década, e mesmo o criticado filme de Josh Trank não impediu Jordan de brilhar como a Tocha Humana.
Sua performance se destacou e não arruinou suas chances de conseguir outro papel de destaque nos quadrinhos. Poucos anos depois, Jordan fez sua aclamada estreia no MCU em *Pantera Negra* como Killmonger. O primo de T’Challa, impulsionado por uma verdadeira vingança contra Wakanda, usurpou o trono e tentou distribuir armas ao redor do mundo.
Embora Killmonger tenha morrido no final de *Pantera Negra*, ele retornou na sequência, *Wakanda Para Sempre*, oferecendo conselhos cruciais para Shuri. Por fim, não podemos esquecer Christian Bale. Após os filmes de Batman de Joel Schumacher levarem a franquia a uma direção campy, Christopher Nolan buscou aterrá-la na realidade com *Batman Begins*.
O aclamado cineasta recrutou Bale para ser seu Cavaleiro das Trevas, e a dupla colaborou em uma trilogia de sucesso estrondoso. O MCU bateu à porta de Bale antes de *Thor: Amor e Trovão*, oferecendo-lhe o papel de Gorr, o Carniceiro dos Deuses. O vilão deu trabalho ao Deus do Trovão em seu quarto filme solo, exibindo uma atuação intensa e assustadora.
Completando nossa lista, temos a icônica Michelle Pfeiffer. Jack Nicholson trouxe o Príncipe Palhaço do Crime à vida no primeiro *Batman* de Tim Burton. Para seguir esse ato, o diretor escalou Pfeiffer para interpretar a Mulher-Gato em *Batman: O Retorno*.
Pfeiffer roubou a cena, mas fez apenas uma aparição como a vilã. Ela permaneceu afastada de papéis de quadrinhos por um tempo, até que lhe foi oferecido um papel em *Homem-Formiga e a Vespa*. O filme mostrou Hank Pym em busca de sua esposa desaparecida, Janet van Dyne, interpretada por Pfeiffer.
Janet retornou em *Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania*, revelando sua conexão com Kang. Esses artistas provam que a capacidade de transitar entre heróis e vilões não apenas demonstra uma incrível profundidade e alcance de atuação, mas também enriquece o vasto universo dos filmes de super-heróis, oferecendo ao público performances inesquecíveis em ambos os lados da moeda.