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A aguardada série Alien: Earth, do aclamado showrunner Noah Hawley (Fargo, Legion), finalmente estreou seus dois primeiros episódios no FX-Hulu, e a recepção inicial dos fãs tem sido majoritariamente positiva. Contudo, a jornada de produção da série foi tão turbulenta quanto a aterrissagem forçada da nave que dá início aos eventos da trama. Um dos maiores pontos de questionamento e tensão durante o desenvolvimento de Alien: Earth foi seu lugar na complexa linha do tempo da franquia.
Ao ambientar a série dois anos antes dos eventos do clássico *Alien: O Oitavo Passageiro* (1979), a produção imediatamente levantou inúmeras perguntas de fãs devotos e puristas da continuidade. Embora apenas dois episódios não sejam suficientes para responder a todas as indagações do fandom de Alien, Alien: Earth parece ter aberto um caminho para que os fãs expliquem um dos maiores problemas de continuidade que assola a franquia há mais de uma década. Nos anos 2010, o diretor Ridley Scott retornou à saga com *Prometheus* (2012), um prelúdio que buscava explorar temas mais profundos sobre criacionismo e a origem da vida extraterrestre, e *Alien: Covenant* (2017).
Embora *Prometheus* tenha sido um sucesso de bilheteria e conquistado status de cult, ele forneceu apenas esboços vagos sobre a origem dos parasitas “facehugger” e dos Xenomorfos. *Alien: Covenant* tentou ser mais direto, mas acabou complicando ainda mais a narrativa. O filme revelou que o nefasto sintético David (Michael Fassbender), de *Prometheus*, havia geneticamente criado os primeiros ovos de facehugger e, consequentemente, os icônicos Xenomorfos, usando a substância “goo preto” dos Engenheiros.
Essa origem, porém, levantou uma questão gigantesca: como David, após espalhar amostras de Xenomorfos pela galáxia, levou a uma nave dos Engenheiros cheia de ovos caindo em LV-426, selando o destino da USCSS Nostromo e sua tripulação, que mais tarde seriam enviados pela Weyland-Yutani para investigar. Para contornar esse emaranhado, Noah Hawley, o showrunner de Alien: Earth, tomou a decisão estratégica de desviar dos eventos de *Prometheus* e *Alien: Covenant*, optando por construir a narrativa em uma nova continuidade que se alinha com *Alien* (1979) e o recente filme *Alien: Romulus*. Assim, enquanto a série pode não explicar diretamente como a nave dos Engenheiros foi parar em LV-426, ela oferece uma solução crucial para a continuidade da franquia.
A premissa de Alien: Earth mostra uma nave da Weyland-Yutani Corporation, a USCSS Maginot, caindo na Terra após uma viagem de quase 70 anos em busca de formas de vida perigosas, incluindo uma coleção de ovos de facehugger, que obviamente eclodem e causam estragos. Hawley estabeleceu, portanto, um retcon significativo: a Weyland-Yutani já tinha conhecimento da existência da espécie Xenomorfa décadas antes dos eventos de *Alien: O Oitavo Passageiro*. Não apenas sabia sobre as criaturas mortais, mas as cobiçava como as armas biológicas definitivas, graças à exploração e pesquisa realizadas pela Maginot.
Fãs mais dedicados podem estender essa teoria para conectar totalmente a continuidade da franquia, incluindo a ideia de que a Maginot foi, na verdade, enviada pela Weyland-Yutani para rastrear David (um andróide desonesto da empresa), a USCSS Covenant (uma nave de colonização da empresa), ou ambos. Isso poderia explicar como a tripulação da Maginot eventualmente descobriu e capturou os ovos de facehugger após alcançar David. Independentemente de incluir *Prometheus* ou *Covenant* na teoria, a continuidade da franquia agora está solidificada no fato de que a Weyland-Yutani possuía conhecimento dos Xenomorfos antes dos eventos de *Alien*, além de motivação e meios para continuar procurando por novas amostras da criatura, depois que as de Alien: Earth forem presumivelmente destruídas.
Este retcon torna o destino da Nostromo ainda mais trágico, pois agora parece que Ripley e seus companheiros de tripulação foram propositalmente enviados para LV-426 como cordeiros sacrificiais, intensificando a natureza cruel e exploradora da corporação.
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