Além da Imaginação é lembrado como um marco no gênero de terror, com muitos de seus temas ainda incrivelmente assustadores pelos padrões atuais. Considerada por muitos a melhor série antológica já lançada, a série original de The Twilight Zone é um texto fundamental para o horror, apresentada por Rod Serling, que resumia cada episódio com citações de abertura e encerramento.
10. The Hitch-Hiker (O Caronista)
Embora a franquia The Twilight Zone tenha se expandido com reboots modernizados, nenhuma versão se compara à original, que capturou o terror das ameaças existenciais, bem como uma tensão mais sutil e crescente que culminava em uma reviravolta dramática ou em uma alegoria moral assustadora. Apesar de sua fórmula previsível, The Twilight Zone é uma das séries de terror mais criativas já feitas.
Em sua primeira temporada, “The Hitch-Hiker” acompanha Nan Adams (Inger Stevens) em uma viagem de carro pelos Estados Unidos. Ela sofre um pequeno acidente de carro no início do episódio, mas continua sua jornada, percebendo lentamente que o Caronista titular está sempre um passo à frente. 
A reviravolta, que se tornou conhecida, é que Nan morreu no acidente inicial, e todo o episódio foi sobre a morte a seguindo até que ela descobrisse a verdade. A morte por si só é um medo atemporal, mas o conceito de Nan estar inconscientemente morta o tempo todo o torna uma experiência incrivelmente perturbadora com uma cena final angustiante.
9. Mirror Image (Imagem Espelhada)
Além de ser a voz constante que guia o espectador, Rod Serling teve uma abordagem ativa na criação da série. Alguns episódios inesquecíveis de Twilight Zone foram escritos por Rod Serling, incluindo “Mirror Image”, da primeira temporada. O episódio foca em Millicent Barnes (Vera Miles), que perde a sanidade após encontrar uma cópia idêntica de si mesma em um ponto de ônibus.
O conceito atinge um acorde primal em nós, explorando o medo inerente da humanidade do Vale da Estranheza ao empregar os Duplos malignos. O episódio inspirou o aclamado filme Us de Jordan Peele, mas a ideia de encontrar alguém que se pareça exatamente com você, seja com um sorriso maníaco ou um olhar reprovador, nunca deixará de aterrorizar audiências de todas as idades.
8. Twenty-Two (Vinte e Dois)
A maioria dos episódios de The Twilight Zone se concentra em um local central para seu horror, e “Twenty-Two” não é diferente. No episódio da segunda temporada, Liz Powell (Barbara Nichols) é hospitalizada devido à exaustão e experimenta um pesadelo recorrente onde é atraída para o necrotério — sala 22. Uma enfermeira a chama, repetindo a frase arrepiante: “Espaço para mais um, querida.”
O episódio distorce a realidade e o sonho até que se tornem inextrincavelmente ligados, construindo para o final climático onde Liz se recusa a embarcar em um avião — voo 22 —, que explode após a decolagem. “Twenty-Two” tem semelhanças óbvias com a franquia Premonição (Final Destination), mas também imerge o espectador no horror do espaço liminar. Além disso, o episódio foi filmado em videoteipe, adicionando um visual perturbador e irreal.
7. Long Distance Call (Chamada de Longa Distância)
The Twilight Zone foi além do horror situacional, é claro. Na segunda temporada, “Long Distance Call” explora algo inerentemente assustador — perder um membro da família. Depois que Billy (Bill Mumy) recebe um telefone de brinquedo de sua avó que está morrendo (Lili Darvas), ele começa a se comunicar com ela após sua morte. Os pais de Billy acreditam que é um mecanismo de enfrentamento, mas tudo toma um rumo sinistro.
A avó de Billy tenta enganá-lo para que ele se mate para que possam se reunir na vida após a morte. O pai de Billy implora à avó que deixe a criança viver, e ela eventualmente cede. Finais felizes em The Twilight Zone são raros, mas o horror composto de um ente querido que morre e seus planos póstumos para matá-lo não tem prazo de validade.
6. It’s a Good Life (É Uma Vida Boa)
Billy Mumy retorna na temporada seguinte como Anthony Hollis, uma criança tirânica de seis anos que usa seus poderes sobrenaturais para controlar sua cidade natal. Se alguém ousar falar contra seu controle opressivo, Anthony os envia “para o milharal” ou tira sua humanidade, transformando-os em um brinquedo jack-in-the-box. No final, ninguém consegue subjugar o garoto.
O que torna Anthony um dos personagens mais assustadores de The Twilight Zone é sua ingenuidade. Anthony verdadeiramente não entende as consequências de suas ações, e seus pais não podem repreendê-lo sem temer por suas vidas. É um ciclo vicioso com um final sem esperança, que muitas vezes é pior que a morte.
Nosso fascínio por crianças más é uma corrente subterrânea na história do horror. Filmes como O Exorcista, A Profecia, e até mesmo entradas mais modernas como A Órfã funcionam tão bem porque exploram o horror de pegar algo inocente — uma criança — e transformá-lo em um monstro. Além disso, qualquer um com poder absoluto e irrestrito é aterrorizante, seja um bebê ou não.
5. Little Girl Lost (Menina Perdida)
Qualquer coisa que complique nossa compreensão da realidade é, por natureza, assustadora. Adicionar uma família e ameaçar separá-la a torna horrível. “Little Girl Lost”, da terceira temporada, segue a família Miller: Ruth (Sarah Marshall), Chris (Robert Sampson) e sua filha, Tina (Tracy Stratford), que desaparece de sua cama no meio da noite.
O cachorro da família desaparece após rastejar para debaixo da cama, levando-os a descobrir um portal para outra dimensão. Chris escapa por pouco do portal que se fecha após resgatar Tina e o cachorro, mas a alternativa é impensável. O início do episódio já é assustador o suficiente, com dois pais tendo que ouvir seu filho chorando sem poder alcançá-lo.
Como reiterado por sucessos recentes como Weapons, há algo intrinsecamente perturbador em crianças desaparecendo. Separar uma família amorosa é a pior coisa que um filme de terror pode fazer, seja por morte ou forças sobrenaturais, mas “Little Girl Lost” adiciona insulto à injúria ao mostrar a dimensão paralela aterrorizante em que Tina ficou presa.
4. The Dummy (O Boneco)
O que hoje é considerado clichê de horror já foi uma ideia nova, como um boneco de ventríloquo maligno. O episódio da terceira temporada com o mesmo nome acompanha a descida de Jerry (Cliff Robertson) à loucura enquanto ele tenta aposentar seu boneco, Willy. Embora Jerry insista que Willy tem vida própria, ninguém acredita nele.
A tensão aumenta para um dos finais mais chocantes de The Twilight Zone, onde Jerry e Willy trocam de papéis: Jerry é transformado em um boneco de ventríloquo sinistro que Willy, agora animado, opera no palco. O arquétipo do boneco maligno pode ser comum agora, mas Willy roubar a personalidade de Jerry e transformá-lo em nada mais que um fantoche é perpetuamente horripilante.
3. The New Exhibit (A Nova Exposição)
Ao longo das cinco temporadas de The Twilight Zone, raramente houve enredos dedicados a aspectos realistas do horror, como “The New Exhibit” e seu foco em serial killers históricos. Martin Lombard Senescu (Martin Balsam) trabalhava em um museu de cera, cuidando de sua seção “Murderers Row”. No entanto, depois de levar as figuras para casa, elas ganham vida e incriminam Martin por assassinato.
O fascínio mundial pelo true crime só cresceu com o tempo, e uma história como “The New Exhibit” permanece aterrorizante por causa de nosso crescente conhecimento sobre assassinos horríveis. Em vez de Jack, o Estripador, ou Albert W. Hicks, no entanto, o público moderno provavelmente se voltaria para Jeffrey Dahmer, John Wayne Gacy, ou o recém-popularizado Ed Gein para entretenimento mórbido.
2. Number 12 Looks Just Like You (O Número 12 Se Parece Com Você)
No ano distante de 2000, Marilyn (Collin Wilcox) hesita em passar pela “Transformação” obrigatória para se conformar aos padrões de beleza da sociedade. Todos ao seu redor são idênticos a alguns modelos prototípicos — e com o procedimento, todos ganharam beleza, mas perderam sua empatia. Mesmo enquanto Marilyn é levada a ataques de histeria, as pessoas bonitas ao seu redor não reagem.
Narração final de Number 12 Looks Just Like You (1964): Retrato de uma jovem apaixonada — por si mesma. Improvável? Talvez. Mas em uma era de cirurgia plástica, musculação e uma infinidade de cosméticos, vamos hesitar em dizer impossível. Essas, e outras bênçãos estranhas, podem estar esperando no futuro — que, afinal, é The Twilight Zone.
Em um dos momentos mais tristes de The Twilight Zone, Marilyn é operada à força, emergindo idêntica à sua melhor amiga e quase lobotomizada enquanto admira seu novo rosto no espelho. A narração de encerramento do episódio parece exponencialmente prevalente na era moderna, pois ignorar os padrões de beleza e rejeitar a conformidade ainda é visto como radical.
1. Night Call (Chamada Noturna)
Além de ser igualmente de partir o coração e horripilante, “Night Call”, da quinta temporada, é sem dúvida um dos melhores episódios de The Twilight Zone. Ele brinca com tropos de terror familiares, mas deixa o espectador abalado com sua conclusão devastadora. “Night Call” acompanha a idosa Elva (Gladys Cooper), que vive isolada até começar a receber ligações anônimas.
Ela implora para que as chamadas parem e começa a procurar respostas, eventualmente rastreando as chamadas até um cemitério. Elva percebe que quem está ligando é seu noivo falecido, que ela sentia muita falta. Em uma reviravolta deprimente, o fantasma do noivo de Elva a lembra que ela pediu para ser deixada em paz, e a linha fica muda. Elva, percebendo que o perdeu novamente, grita.
“Night Call” é a história perfeita do tipo “cuidado com o que você deseja” que deixa uma impressão duradoura no espectador. A própria coisa que Elva passou o episódio tentando evitar acaba sendo algo que a teria salvado de sua vida solitária. As melhores histórias de The Twilight Zone fazem mais do que aterrorizar o público; elas parecem uma lição aprendida, para o bem ou para o mal.
Fonte: ScreenRant
