O novo filme da Netflix, A Casa da Dinamite, dirigido pela premiada Kathryn Bigelow, está gerando discussões sobre a precisão de sua trama, que aborda um cenário de ataque nuclear iminente aos Estados Unidos. O longa, cotado para uma possível indicação ao Oscar em 2026, acompanha personagens do governo e militares em uma corrida contra o tempo para impedir um míssil nuclear.
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Críticas do Pentágono e Resposta da Produção
Apesar de ter recebido críticas positivas, A Casa da Dinamite atraiu a atenção do Pentágono. Segundo uma reportagem, o Departamento de Defesa dos EUA emitiu um memorando criticando a representação do sistema de defesa antimísseis americano, que no filme teria uma taxa de sucesso de apenas 61%. O Pentágono afirmou que os interceptadores terrestres modernos possuem 100% de precisão em testes, sugerindo que o filme se baseia em protótipos anteriores.
Em resposta, o roteirista do filme, Noah Oppenheim, declarou ter consultado diversos especialistas em defesa antimísseis, buscando retratar a realidade de forma fiel. Agora, a diretora Kathryn Bigelow, conhecida por filmes como O Vencedor e A Hora Mais Escura, também se pronunciou sobre o assunto.
Bigelow Defende a Precisão e o Propósito do Filme
Em entrevista, Bigelow comentou sobre o memorando do Pentágono, expressando que a cultura tem o potencial de influenciar políticas e que qualquer diálogo sobre a proliferação nuclear é bem-vindo. Ela confirmou que, juntamente com Oppenheim, realizou uma extensa pesquisa e consultou especialistas para garantir a autenticidade da obra.
“É o melhor curso de ação, consultar todos os especialistas que consultamos. Tivemos consultores técnicos extraordinários neste filme“, afirmou Bigelow, defendendo o trabalho de pesquisa da equipe. A diretora, que já enfrentou controvérsias em trabalhos anteriores, ressaltou seu compromisso com a verdade e o realismo em suas produções.
Bigelow explicou que o objetivo de filmes como A Casa da Dinamite, O Vencedor e A Hora Mais Escura é convidar o público a vivenciar processos intensos e muitas vezes inacessíveis, como o funcionamento do centro de comando estratégico. “Para mim, são peças que se inclinam fortemente para o realismo. Você está convidando o público para, digamos, o centro de batalha do STRATCOM. Esse é um lugar que não é facilmente acessível, e então você quer que seja autêntico e honesto. Esse é o meu objetivo, e acho que o alcançamos“, declarou.
O Título e a Mensagem de A Casa da Dinamite
O Pentágono também mencionou que o filme “não reflete as visões ou prioridades desta administração“. No entanto, Bigelow contrapôs, afirmando que a intenção do filme é gerar discussão sobre os perigos das armas nucleares, que afetam o mundo inteiro, independentemente das opiniões da administração atual.
A diretora destacou a ideia de que vivemos em um ambiente altamente volátil, cercado por milhares de armas nucleares. “Estamos lidando com a ideia de que estamos cercados por 12.000 (armas nucleares). Vivemos em um ambiente realmente volátil, daí o título – vivemos em A Casa da Dinamite. O impensável – é hora de abordá-lo e, em um mundo perfeito, iniciar discussões sobre a redução do arsenal nuclear“, disse Bigelow.
O final ambíguo de A Casa da Dinamite visa justamente estimular essa reflexão no espectador. O filme, estrelado por Idris Elba e Rebecca Ferguson, está disponível na Netflix.
Fonte: ScreenRant