A hierarquia de poder no Universo DC mudou, e James Gunn tem sido a voz por trás das decisões mais impactantes. Meses após o lançamento do filme “Black Adam”, estrelado por Dwayne Johnson, em outubro de 2022, a Warner Bros. Discovery anunciou a contratação do roteirista e diretor de “O Esquadrão Suicida”, James Gunn, e do produtor de “Aquaman” e “Shazam”, Peter Safran, para liderar os recém-formados DC Studios como co-CEOs.
Essa mudança substituiu a antiga DC Films e seu presidente, Walter Hamada. A transição veio em um momento conturbado, com Johnson e Gunn planejando suas próprias visões para o Superman.
Johnson propunha um filme “Black Adam vs. Superman”, com o retorno de Henry Cavill como o Homem de Aço ao antigo DCEU – algo que Gunn só descobriu no mesmo dia em que fechou o acordo para reiniciar o Superman e o DCU.
Em uma aparição recente no podcast *Happy Sad Confused*, Gunn revelou: “No dia em que nosso acordo foi fechado, de repente, eles estavam anunciando que Henry estava de volta.
E eu pensei, ‘O que está acontecendo. Nós sabemos qual é o plano. O plano era entrar e fazer o Superman.’ Então, foi realmente injusto para [Cavill], foi uma chatice total. ”
Ele complementou, indicando um vácuo de poder na DC na época, com pessoas tentando “forçar sua entrada” com suas próprias agendas. Gunn insinuou que uma dessas pessoas era Dwayne Johnson.
Relatos de 2022 apontaram que Johnson, ator e produtor de “Black Adam”, teria contornado a decisão de Hamada de vetar a aparição de Cavill como Superman.
Uma fonte anônima revelou à Variety que “Dwayne passou por cima de todos, o que não caiu bem”, e que Johnson, junto aos produtores de “Black Adam” Hiram Garcia, Dany Garcia e Beau Flynn, “tentou assumir o controle da DC” durante aquele período de instabilidade. Esse cenário de bastidores foi crucial para as subsequentes definições de cânone no novo DCU.
Embora a atriz Jennifer Holland (esposa de Gunn), que interpretou Emilia Harcourt em “O Esquadrão Suicida” e “Pacificador”, tenha reprisado seu papel em “Black Adam” e em “Shazam: Fúria dos Deuses” (2023), aparecendo na cena pós-créditos deste último ao lado de John Economos (Steve Agee), o chefe da DC confirmou o status de não-cânone para ambos os filmes. Em uma nova entrevista ao *Den of Geek*, Gunn foi categórico: “Eles não são cânone. Eu odeio isso. ”. Ele reafirmou que nada do antigo DCEU (DC Extended Universe) é cânone, a menos que esses eventos sejam especificamente mencionados como tendo acontecido no novo universo.
Gunn, que lançará um podcast de “Pacificador” para esclarecer “o que é cânone e o que não é no DCU”, explicou: “Há certas coisas do universo antigo que mencionamos na segunda temporada de Pacificador, mas até então, elas não são cânone. Quase tudo da primeira temporada é cânone, mas a segunda temporada explicará tudo o que é ou não é cânone. ” Isso inclui a aparição da Liga da Justiça no final da primeira temporada de “Pacificador”, com Jason Momoa (Aquaman) e Ezra Miller (Flash), e dublês para Superman (Henry Cavill) e Mulher-Maravilha (Gal Gadot).
Gunn revelou no ano passado que a Liga da Justiça “ainda não existe” no novo cânone. Enquanto “Black Adam 2” foi descartado – Johnson afirmou em 2023 que a sequência foi cancelada devido a um “vórtice de nova liderança” e que seu filme “ficou preso nessa teia de nova liderança” –, o desempenho financeiro contrasta fortemente com o novo caminho do DCU. O filme de Zachary Levi, “Shazam.
Fúria dos Deuses”, foi um fracasso de bilheteria, arrecadando apenas US$ 134 milhões globalmente. Em contrapartida, “Superman”, o primeiro filme do DC Studios sob a tutela de James Gunn, já ultrapassou US$ 416 milhões globalmente desde sua estreia em 11 de julho, com projeção de chegar a pelo menos US$ 600 milhões. A segunda temporada de “Pacificador” estreia em 21 de agosto no HBO Max, prometendo mais clareza sobre o futuro do DCU.