O aguardado *Quarteto Fantástico: Primeiros Passos* está prestes a chegar aos cinemas, e o peso de suas expectativas é imenso. Este filme não apenas reintroduz a icônica equipe ao público pela terceira vez em vinte anos, mas também integra os personagens e uma versão completamente nova de seu mundo ao universo expandido do Quarteto Fantástico no MCU, ao mesmo tempo em que prepara o terreno para *Vingadores: Juízo Final*. É uma tarefa hercúlea, e embora *Primeiros Passos* não precise gastar todo o seu tempo de tela preenchendo lacunas, há pelo menos cinco pontos de explicação que o filme precisa fornecer para que *Vingadores: Juízo Final* faça sentido, tanto narrativa quanto logisticamente.
Uma das maiores incógnitas gira em torno de Doutor Destino, o arqui-inimigo do Quarteto. O diretor de *Quarteto Fantástico: Primeiros Passos*, Matt Shakman, fez a declaração ousada de que o Victor von Doom de Robert Downey Jr. “não faz parte do meu filme, e, portanto, não faz parte do meu domínio”.
Para fãs de longa data, essa é uma afirmação surpreendente: Destino não é apenas o némesis do Quarteto, mas sua conexão é tão profunda que a origem do vilão muitas vezes está ligada aos mesmos eventos que deram poderes à equipe, inclusive nas adaptações anteriores. Embora haja a possibilidade de Shakman estar blefando para proteger uma aparição surpresa, se ele estiver sendo sincero, o filme ainda precisa definir a conexão entre Destino e o Quarteto Fantástico no MCU. *Vingadores: Juízo Final* centrará parte de sua história no confronto entre Reed Richards e Destino, e seria um desperdício de tempo ter que apresentar a rivalidade do zero.
Mesmo sem uma aparição direta, *Primeiros Passos* pode reconhecer sua presença, permitindo que *Juízo Final* comece com tudo. Desde que foi revelado que Galactus seria o vilão de *Quarteto Fantástico: Primeiros Passos*, fãs do Quarteto Fantástico no MCU se perguntam como o ser cósmico será enquadrado na Saga do Multiverso. A questão central é: Galactus possui variantes ou é uma entidade singular que atravessa o multiverso.
Nos quadrinhos, existem variantes de Galactus, como a versão robótica “Gah Lak Tus” do Universo Ultimate (1610), que se fundiu com a forma humanoide da Terra-616. No entanto, o MCU já se desviou de muitas informações dos quadrinhos, especialmente no que tange ao lado cósmico. Tanto a ideia de um Galactus diferente para cada universo quanto a de uma entidade única que consome mundos têm seu valor.
*Primeiros Passos* precisa confirmar qual abordagem será adotada. A premissa de *Primeiros Passos* foi bem estabelecida nos trailers: quando encontramos o Quarteto no filme, já se passaram anos desde a viagem espacial que lhes concedeu poderes. Eles são ícones da cultura pop, celebrados por feitos heroicos que lhes renderam o amor e respeito das massas.
No entanto, toda a divulgação e marketing do filme pouco fizeram para nos informar sobre os eventos que os catapultaram a esse status heroico. Quais vilões foram derrotados, quais desastres mundiais foram evitados… tudo o que os tornaria os “Vingadores” de sua realidade. *Primeiros Passos* precisa transmitir essa história sem que pareça uma mera descarga expositiva superficial, integrando-a organicamente ao arco do Quarteto Fantástico no MCU.
O subtítulo *Primeiros Passos* é, em parte, uma referência ao marco que é o nascimento de Franklin, filho de Reed Richards (Pedro Pascal) e Sue Storm (Vanessa Kirby). Fãs da Marvel sabem que, nos quadrinhos, Franklin Richards é um dos personagens mais poderosos e cruciais do Universo Marvel. As prévias finais do reboot do Quarteto Fantástico confirmaram teorias de fãs de que Galactus é atraído à Terra por sentir a presença de Franklin, vindo para reivindicá-lo.
A pergunta que paira é: por quê. Nos quadrinhos, Franklin pode manipular a própria realidade, literalmente criando mundos e universos. No entanto, o MCU tem exagerado no “empilhamento de poderes”, com personagens secundários como G’iah (de *Invasão Secreta*) detendo o título de “personagem mais poderoso”.
Portanto, se Franklin Richards será um pilar do futuro do Quarteto Fantástico no MCU, o filme precisa definir claramente a extensão de seus poderes, justificando o interesse de Galactus e evitando mais uma sobrecarga de poder inexplicada. Como sempre, o MCU estabeleceu um conjunto de metas bastante desafiadoras para si mesmo com *Quarteto Fantástico: Primeiros Passos*. Se o burburinho inicial em torno do filme for uma indicação, ele pode ser bem-sucedido.
A chave será a forma como esses elementos cruciais são integrados, garantindo que a base para *Vingadores: Juízo Final* seja sólida e que o retorno do Quarteto Fantástico no MCU seja tão grandioso quanto a equipe merece.