Os Caçadores da Arca Perdida, lançado em 1981, é inegavelmente um clássico da aventura. Este filme não apenas catapultou Indiana Jones para o panteão das lendas da cultura pop, mas também redefiniu o gênero de ação e aventura. No entanto, mesmo os blockbusters mais atemporais possuem suas pequenas imperfeições.
Sejam deslizes de continuidade ou detalhes estranhos em segundo plano, espectadores com olhos de lince detectaram falhas que nem mesmo o chicote de Indy consegue consertar. Observações detalhadas da comunidade de fãs, muitas vezes acompanhadas por análises em vídeo como as da ComicBook. com, nos permitiram compilar alguns dos deslizes mais memoráveis de Os Caçadores da Arca Perdida que, ironicamente, merecem um lugar em um museu de curiosidades cinematográficas.
Um dos primeiros erros, e talvez um dos mais notáveis, ocorre durante a cena de fuga inicial na América do Sul, envolvendo a misteriosa aparição da selva. Enquanto Indy foge dos guerreiros Hovito após escapar por pouco do templo cheio de armadilhas, ele corre desesperadamente em direção ao rio, onde seu piloto, Jock, espera com um biplano. Do ponto de vista de Jock, Indy é visto correndo por um terreno aberto, quase um campo, visível à distância.
Contudo, poucos momentos depois, quando Indy alcança o avião, ele irrompe através de uma densa moita de árvores e arbustos tão espessa que teria obstruído completamente a visão de Jock na cena anterior. A súbita linha de árvores deixa evidente que as tomadas foram montadas a partir de diferentes cenários, mas, uma vez percebida, a falha é difícil de ignorar. A selva literalmente se materializa do nada, adicionando um toque de comédia não intencional a uma fuga que deveria ser puramente tensa.
As inconsistências de continuidade persistem, como a enigmática cicatriz migratória na palma da mão do agente nazista Arnold Toht. Quando Toht tenta pegar o medalhão do Cajado de Rá através do fogo no bar de Marion, a peça incandescente deixa uma queimadura detalhada em sua palma. No entanto, quando ele exibe a marca a outros nazistas mais tarde, algo está visivelmente errado: a impressão do medalhão aparece no centro de sua palma e invertida em comparação com a forma como ele realmente a pegou na cena anterior.
Logicamente, a queimadura deveria estar deslocada e invertida, já que ele a agarrou rápida e desajeitadamente com os dedos, e não a pressionou contra a palma como um ferro em brasa. Outro momento bizarro, e hilário, ligado a Toht ocorre após Indy e Marion escaparem com a Arca. Em uma rápida tomada ampla de Toht e Belloq chegando de carro, visivelmente agitados por tê-los perdido, Toht no banco do passageiro parece estranhamente imóvel, quase como se estivesse escondido ou muito quieto.
Sua cartola e casaco pretos característicos estão lá, mas seu rosto e pescoço estão completamente escondidos, e seu corpo parece estático. Isso porque o ator Ronald Lacey estava doente, e o coordenador de dublês, Peter Diamond, o substituiu, encolhendo-se no banco com o figurino. O resultado é um instante que parece mais uma piada interna do que a presença de um terrível agente nazista.
A cena da Sala de Mapas, onde Indy usa seu conhecimento ancestral para desvendar o local secreto da Arca, é um ponto alto do filme. Contudo, ao examinar os cálculos, a lógica se desfaz. A inscrição afirma que o cajado deveria ter “seis kadams de altura”, equivalente a aproximadamente 183 centímetros.
Indy então deduz “um kadam para honrar o deus hebreu”, tornando-o cinco kadams – ou cerca de 152 centímetros de altura. No entanto, quando Indy se posiciona ao lado do cajado na Sala de Mapas, ele é visivelmente mais alto que o personagem. Harrison Ford, com cerca de 1,85 m, é eclipsado por um cajado que parece ter mais de dois metros.
Parece que, ou os antigos egípcios erravam nas suas medidas, ou Steven Spielberg presumiu que a audiência não faria a matemática. A fobia de Indy por cobras é intensamente explorada na cena do Poço das Almas, repleto de serpentes, onde ele notoriamente questiona: “Por que tinham que ser cobras. ”.
Contudo, em um momento de alta tensão, um detalhe nos revela os bastidores, quebrando a imersão. Ao se deparar com uma cobra, é possível vislumbrar o reflexo de um painel de vidro de segurança, que separava Harrison Ford do animal real. O reflexo da cobra, e o leve contorno do vidro, são claramente visíveis na tela por alguns poucos quadros.
Embora a segurança dos atores seja primordial, e a decisão de usar vidro seja compreensível para tornar a ameaça mais real, este pequeno lapso visual se junta aos demais, tornando-se mais um “ovo de Páscoa” para os fãs mais dedicados. Apesar desses pequenos deslizes técnicos e de continuidade, é crucial ressaltar que nenhuma dessas falhas diminui o brilho e o impacto duradouro de Os Caçadores da Arca Perdida. Pelo contrário, eles servem como charmosas peculiaridades que adicionam uma camada extra de diversão para os espectadores que amam reanalisar clássicos, confirmando o status do filme como uma obra-prima atemporal que continua a cativar novas gerações.