O gênero do horror prospera na atmosfera, e poucas coisas criam uma sensação de pavor mais sufocante do que o passado. O estrondoso sucesso de crítica e público de “Sinners”, de Ryan Coogler, é um testemunho poderoso desse apelo duradouro. Lançado em abril de 2025 com uma campanha de marketing modesta, “Sinners” se tornou um fenômeno de bilheteria, arrecadando mais de US$ 364 milhões mundialmente contra um orçamento de produção de aproximadamente US$ 90 milhões.
Além de gerar grande receita, o mais recente filme de Coogler foi aclamado pela crítica e é considerado um forte candidato ao Oscar. O sucesso do filme reside no uso magistral de sua ambientação de época, com Michael B. Jordan em um papel duplo como irmãos gêmeos, “Sinners” utiliza os horrores sistêmicos muito reais da era Jim Crow dos anos 1930 para fundamentar suas ameaças sobrenaturais.
Na esteira do sucesso de “Sinners”, esta lista celebra o melhor do terror de época: filmes que transportam os espectadores para outra era apenas para prendê-los em um pesadelo. As seleções aqui são filmes onde o contexto histórico é essencial para o próprio horror, utilizando as crenças, a estética e o isolamento inerente de seus períodos para amplificar o terror. Desde fazendas coloniais varridas pelo vento até ruas vitorianas encharcadas de névoa, estes são dez filmes que, assim como “Sinners”, contam uma ótima história assustadora ancorada no passado.
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1) “A Bruxa” (The Witch): A deslumbrante estreia de Robert Eggers em 2015, “A Bruxa”, é uma descida na paranoia religiosa e no terror folclórico ambientada na Nova Inglaterra dos anos 1630. O filme segue uma família puritana que, após ser banida de sua plantação colonial, tenta construir uma nova vida à beira de uma floresta sinistra. Liderada pelo devoto patriarca William (Ralph Ineson) e sua esposa Katherine (Kate Dickie), a fé da família é testada quando seu filho recém-nascido desaparece.
À medida que a desconfiança e a histeria aumentam, a família começa a se voltar contra sua filha mais velha, Thomasin (Anya Taylor-Joy), culpando-a pela presença sombria que os atormenta. O que torna “A Bruxa” uma obra-prima do terror de época é seu compromisso inabalável com a autenticidade histórica. Eggers, que co-escreveu o roteiro, utilizou pesadamente diários históricos e registros judiciais para criar diálogos fiéis ao século XVII.
Isso imerge o espectador completamente na mentalidade puritana, onde o sobrenatural é uma realidade aceita, e o próprio cenário histórico se torna o antagonista. 2) “O Farol” (The Lighthouse): Outra obra-prima de pavor histórico do diretor Robert Eggers, “O Farol” prende dois faroleiros em uma ilha remota da Nova Inglaterra na década de 1890. O filme narra o colapso psicológico do faroleiro veterano Thomas Wake (Willem Dafoe) e de seu novo subordinado, Ephraim Winslow (Robert Pattinson), enquanto eles lutam contra tempestades, isolamento e sua sanidade em decadência.
Filmado em preto e branco austero e uma proporção de aspecto claustrofóbica, o filme é um delírio febril de mitos marítimos, ressentimentos latentes e horror alucinatório, deixando o público a questionar o que é real e o que é produto da loucura. “O Farol” se destaca como uma peça de época ao usar seu cenário histórico para criar um mundo desprovido de confortos modernos ou de escape, o que o torna um exemplo perfeito de como uma ambientação histórica pode ser usada para prender personagens em uma panela de pressão psicológica. 3) “Os Outros” (The Others): O filme “Os Outros”, de Alejandro Amenábar, transborda atmosfera gótica, ambientado em uma mansão cavernosa na ilha isolada de Jersey em 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial.
O filme é estrelado por Nicole Kidman em uma atuação poderosa como Grace Stewart, uma mãe devota que espera o retorno do marido da guerra. Seus dois filhos sofrem de uma rara fotossensibilidade, forçando-os a viver em quase total escuridão. Quando três servos misteriosos chegam para ajudar a gerenciar a casa, sua presença coincide com uma série de ocorrências estranhas e cada vez mais assustadoras, levando Grace a acreditar que sua casa está assombrada.
O cenário pós-guerra é crucial para a sufocante sensação de luto e isolamento do filme, tornando “Os Outros” uma excelente obra de terror de época. A névoa onipresente que envolve a mansão serve como uma manifestação física da incerteza e tristeza de Grace, prendendo-a em um mundo de memórias e sombras, onde a fé colide com o trauma.