Um desfecho surpreendente!
O universo brutal de 28 Dias Depois retorna às telas com um novo capítulo eletrizante que reinventa o terror pós-apocalíptico e reabre feridas antigas. O novo filme não apenas mergulha no caos do surto original, como também projeta as consequências em uma narrativa mais sombria, visceral e profundamente humana.
A Origem do Caos: Sacrifício e Sobrevivência
Logo nos primeiros minutos, o espectador é arremessado de volta ao dia em que o vírus da fúria devastou o Reino Unido. Em meio ao colapso total da civilização, conhecemos Jimmy, um garoto que sobrevive ao massacre inicial escondido em uma igreja. Lá, testemunha um dos atos mais comoventes e brutais da trama: o sacrifício de seu pai — um padre — que se entrega aos infectados para salvar o filho. Essa experiência molda Jimmy de forma irreversível, plantando as sementes do que ele se tornará décadas depois.
Enquanto o restante da Europa consegue, a duras penas, controlar a epidemia, a Grã-Bretanha permanece isolada, abandonada à própria sorte, transformada em uma prisão natural onde a infecção e o desespero persistem como cicatrizes abertas.
Ritos de Passagem em um Mundo Selvagem
Cortamos para o presente: em uma ilha desolada e inóspita, pai e filho lutam para sobreviver em meio aos escombros da civilização. Spike, um adolescente em busca de identidade, é submetido a um ritual de passagem perturbador — matar um infectado para “se tornar homem”. O pai, Jamie, adota uma postura rígida e quase cruel, tratando a sobrevivência como uma religião sem compaixão.
Ao longo da jornada, pai e filho enfrentam não apenas hordas de infectados, mas também um inimigo singular: o “alfa”, um infectado colossal, com traços de liderança primitiva. Entre confrontos e fugas desesperadas, a relação entre os dois se deteriora, revelando ressentimentos, mentiras e verdades dolorosas do passado.
Entre a Esperança e o Horror: O Nascimento e a Morte
Após um confronto físico e emocional com Jamie, Spike foge com sua mãe, Isla, em busca do recluso e perturbado Dr. Kelson — um cientista solitário cujas motivações permanecem ambíguas. No caminho, o grupo presencia um acontecimento aparentemente impossível: uma mulher infectada dá à luz um bebê saudável. O nascimento de uma criança imune reacende uma tênue esperança para o futuro da humanidade.
Contudo, a esperança logo é esmagada pela revelação de que Isla está em estágio terminal de câncer. Sua escolha pela eutanásia, realizada com frieza e compaixão por Kelson, é um dos momentos mais emotivos do filme. O crânio de Isla, transformado em um símbolo ritualístico, passa a representar a fusão entre fé, dor e desespero — temas centrais da narrativa.
O Retorno de Jimmy: Um Messias ou Um Monstro?
No ato final, Jimmy ressurge, agora adulto, como o líder carismático de uma seita violenta e perturbadora. Usando o crucifixo do pai invertido como emblema de sua doutrina, ele comanda um grupo de seguidores que mistura espiritualidade distorcida, rituais pagãos e uma visão deturpada de redenção. Sua aparição muda completamente o rumo da trama, dando ao filme uma camada psicológica ainda mais sombria.
O nome “Jimmy” é encontrado tatuado no corpo mutilado de uma das vítimas — uma revelação que sugere sua influência crescente e a expansão do culto. Ele não é apenas uma lembrança do passado, mas um presságio do que está por vir.
Cillian Murphy, ícone do filme original, não aparece nesta primeira parte da nova trilogia, mas a sua ausência apenas aumenta o mistério e a expectativa para os próximos capítulos.
Sem Pós-Créditos, Mas Cheio de Mistérios
O filme opta por um encerramento sem cenas pós-créditos — mas deixa muitas perguntas em aberto. Quem é realmente Jimmy? Qual é a origem da criança imune? O que restou da humanidade fora da Grã-Bretanha?
A sequência, 28 Years Later: The Bone Temple, já está em desenvolvimento e promete explorar as origens do culto de Jimmy, além de aprofundar o impacto espiritual e filosófico da epidemia. Cada filme da nova trilogia será dirigido por um cineasta diferente, conferindo múltiplas visões ao mesmo universo devastado.
Conclusão: Terror Que Persiste
28 Dias Depois retorna com uma potência renovada, não apenas assustando, mas propondo reflexões profundas sobre fé, legado, masculinidade e sobrevivência. Com um elenco intenso, uma fotografia carregada de simbolismo e um roteiro que mistura ação, horror e drama existencial, o filme redefine o gênero apocalíptico.
Já em cartaz nos cinemas, este é apenas o começo de um novo pesadelo — prepare-se para mergulhar mais fundo nas trevas.